segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Cara do Brasil


Por Delis Ortiz

Outro dia, ao chegar ao Rio de Janeiro, tomei um táxi. O motorista, jeito carioca, extrovertido, foi logo puxando papo, de olho no retrovisor.
-- A senhora é de Brasília, não é?
-- Sim -- respondi.
-- É, eu a reconheci.
E como é que a senhora aguenta conviver com aqueles ladrões lá do Planalto Central? Não deve ser moleza.
O sujeito disparou a falar de políticos, do tanto que eles são asquerosos, corruptos...
Desfiou um rosário de adjetivos comuns à politicagem nacional.
Brasília é o palco mais visível dessas mazelas e nem poderia deixar de ser. Afinal, o país inteiro olha para lá. O taxista era só mais um crítico, aparentemente atento. E ele sabia dar nomes aos bois que pastavam tranquilamente no orçamento da união, que se espreguiçavam impunemente sob a sombra da imunidade parlamentar ou de leis feitas em benefício próprio. E que, de tempos em tempos, se refrescavam nas águas eleitoreiras.
O carro seguia em alta velocidade; a distância parecia esticada. Vi uma bandeira três em disparada.
Lá pelas tantas, quando já estávamos dentro de um segundo túnel escuro, o condutor falante sugeriu um "dia sem corrupção".
-- Já pensou -- disse ele -- se uma vez por ano esses homens não roubassem?
-- Interessante -- a exclamação me escapou aos lábios.
-- Sim -- continuou entusiasmado --, seria uma economia e tanto.
Nessa hora, me dei conta de que estávamos percorrendo o caminho mais longo para o meu destino.
Chegava a ser irracional a quantia de voltas para acertar o rumo.
Deixei.
-- Os economistas comentam -- tagarelava ele -- que somos um país rico. Não deveria existir déficit da previdência, os impostos nem precisariam ser tão altos, o serviço público poderia ser de primeira. O problema é que quanto mais se arrecada, mais escorre pelo ralo, tamanha a roubalheira.
Tão observador, será que ainda se lembrava em quem tinha votado para deputado ou senador na última eleição? Fiz a pergunta e, depois de algum silêncio, a resposta foi não. Pena.
Caímos num engarrafamento, cenário perfeito para aquele juiz de plantão tecer mais comentários sobre o malfeito.
-- Veja como são as coisas, os riquinhos ociosos da Zona Sul, que deveriam pensar em quem tem pressa, acham que são os donos do pedaço e vão embicando seus carros, furando fila, costurando de uma faixa a outra, querendo levar vantagem. A gente, que é motorista de táxi, tem que ficar atento, porque os guardas estão de olho, qualquer coisinha eles multam. Mas eles fazem vista grossa para as vans que transportam pessoas ilegalmente. Elas param onde querem, estão tomando os nossos passageiros. Como não tem ônibus para todo mundo e táxi fica caro, muita gente prefere ir de van.
Por falar em "caro", a interminável corrida já estava me saindo um absurdo...
Resolvi pontuar algumas coisas.
-- Por que o senhor escolheu o caminho mais longo?
Ele tentou se justificar:
-- É que eu estava fugindo do congestionamento.
-- Mas acabamos caindo no pior deles
-- retruquei.
E por que o senhor está usando bandeira três se não tenho bagagem no porta-malas nem é feriado hoje?
-- continuei questionando.
Ele disse que estava na três para compensar a provável falta de passageiro na volta. Claro que não, eu sabia.
Finalmente, consegui chegar ao endereço pretendido. Fiz mais um teste com o "probo" cidadão: paguei com uma nota mais alta e pedi nota fiscal. Ele me devolveu o troco a menos e disse que o seu talão de notas havia acabado.
-- Veja como são as coisas, seu moço -- emendei. O senhor veio de lá aqui destilando a ira de um trabalhador honesto. No entanto, se aproveitou do fato de eu não saber andar na cidade, empurrou uma bandeirada, andou acima da velocidade permitida, furou sinal, deu voltas, fingiu que me deu o troco certo e diz que não tem nota fiscal!
O brasileiro esperto quis interromper, mas era minha vez de falar.
-- O senhor acha mesmo que ladrões são aqueles que estão em Brasília? Que diferença há entre o senhor e eles?
Eu sabia que estava correndo risco de uma reação violenta, mas não me contive. Os "homens" do Planalto Central são o extrato fiel da nossa sociedade. Quantos taxistas desse porte vemos dirigindo instituições? Bons de discursos...
Na prática...
Desembarquei com a lição latejando em mim.
Quantas vezes, como fez esse taxista, usamos espelho apenas como retrovisor para reter histórias alheias?
Nossas caras, tão deformadas, tão retocadas, tão disfarçadas, onde estão? Onde as escondemos que não aparecem no espelho?
Sem a verdade que liberta, jamais estaremos livres de nós mesmos.
Ainda sonho com um Brasil de cara nova... A começar por minha própria cara.


• Delis Ortiz é jornalista, repórter especial da TV Globo, em Brasília. É mãe de Brenda e Bianca, e avó de Gabriel e Stella.
É membro da Igreja Presbiteriana do Planalto
Deus o(a) abençoe.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Brasil tem a segunda maior tarifa de celular do mundo


Brasil tem a segunda maior tarifa de celular do mundo
Reportagem da Folha mostra que falar ao celular no Brasil pode sair caro.
De acordo com pesquisa da consultoria europeia Bernstein Research, o minuto de celular no Brasil só é mais barato que o da África do Sul, o mais caro do mundo.
De acordo com a reportagem, parte do problema é criada pelas operadoras, que não querem baixar o valor extra cobrado por minuto de seus clientes quando telefonam para um assinante da concorrente.
O outro motivo é o imposto abusivo cobrado pelo governo, que encarece o serviço em média em 42%, uma das cargas mais pesadas do mundo.

terça-feira, 2 de março de 2010

Pare e pense



Vejam só a situação da música brasileira:




- Cazuza e Renato Russo morreram com AIDS;
- Chico Science e Gonzaguinha morreram em terríveis acidentes de carro;
- Marcelo Yuka foi baleado e ficou sem o movimento das pernas e do braço esquerdo;
- Hebert Vianna sofreu um acidente de ultraleve, perdeu a mulher e sofreu danos no cérebro;
- Marcelo Fromer foi atropelado e morreu no hospital;
- Cássia Eller nos deixou, após um coquetel de drogas;
- Raul Seixas bebeu e esqueceu da insulina;
- Tim Maia quase não gostava de…
- Não esqueçam de Elis Regina…

Quem será o próximo?
Ao longo dos anos, o abuso das drogas e do álcool nos tirou: Elvis Presley, Jim Morrison, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Brian Jones, John Boham, Kurt Cobain, Bradley Nowell, Sid Vicious, Keith Moon…

Outras fatalidades levaram Cliff Burton, Stevie Ray Vaughan, Jonh Lennon, Bob Marley, Rhandy Rhoads, Joe Ramone, Frank Sinatra, Fred Mercury, George Harrison, Marvin Gaye, Charlie Parker, Jaco Pastorius, Nico Assumpção, Tom Jobim, Vinicius de Morais. 
Agora pare e pense
QUANTOS PAGODEIROS, FUNKEIROS E AXEZEIROS MORRERAM????

- O Beto Jamaica cheira o que o nariz não agüenta e não morre, aquela praga;

- Alexandre Pires enche o rabo de cachaça, sai a toda com o seu carro, mata um coitado no meio da rua, não morre e continua compondo aquelas merdas;

- Xandy e Carla Perez, vão piorar ainda mais o futuro do mundo, tendo outros filhos;

- Netinho, do Negritude Júnior tem voz de ,Bichano no cio rebola como Bichano no cio parece Bichano no cio e tem filho que nem coelho;

- Joelma do Calypso com aquela dancinha horrível e aquele grito “isso é calyyyyyyyypso”. Uma faca no c# é melhor que isso. Sério!

- Latino pensa que é compositor;

- E o tal do Rodriguinho, o que ele quer com aquela viseira na cabeça?

- Cumpadi Washington, tem a maior cara de pinguço de boteco da esquina, um péssimo gosto para roupa, mas comeu a Sheila Carvalho;

- E o pagodeiro Bello, metido com traficante, encomendando míssil anti-aéreo, feio de arder o c#… e só come gostosa.

- Agora pra piorar aparece um tal de DJAVU que toca as mesmas notas musicais em todas as músicas, só muda o lixo das letras… “Amor por favor não desligue o telefone. Eu sou sua mulher e você é o meu homem‘. Que bosta véi!!
Aonde o mundo vai parar?

Não quebre essa corrente! Se você passar essa mensagem para:

1 pessoa: Morre o Xandy;
2 pessoas: Morrem Wanessa Camargo, Xandy e Netinho;
3 pessoas: Morrem o Bonde do Tigrão, o Cumpadi Washington, Xandy, Alexandre Pires e o Vavá;
10 pessoas: Morrem É o Tchan, Alexandre Pires, Vavá, Frank Aguiar, qualquer nome ‘dos teclados´, a Kelly Key e o Xandy.
25 pessoas: Haverá um show de pagode/funk/axé no Afeganistão, em homenagem para o Bin Laden, e ele, para variar, decidirá jogar o avião dos ‘artistas´ em cima da casa do Calypso.
50 pessoas: Morrerá todos as merdas citadas acima e a Sandy se transformará em uma porra-loca, sairá na Playboy, se tornará stripper de uma boate em Copacabana e cobrará 10 mangos mais uma coxinha com Sukita pelo programa, e seu irmão, o Júnior, mudará de sexo, e passará a se chamar Samantha, e o melhor de tudo: ficará mudo.


CASO VOCÊ NÃO PASSE ESSA MENSAGEM PARA FRENTE, TODAS AS RÁDIOS À SUA VOLTA TOCARÃO ETERNAMENTE “EGÜINHA POCOTÓ“, “BABA BABY“, “MAIONESE“, “CREU“, “DANÇA DO QUADRADO“, “BOQUINHA DA GARRAFA“, “FLORENTINA” E STEFHANY.


Creditos: Jair Panis - Comunidade Politica em Campo do Meio

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O Projeto de Lei PLC 122/2006

O Projeto de Lei PLC 122/2006, que glorifica o homossexualismo e pune como criminosos os que se opuserem a essa prática, foi aprovado às pressas na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado e pode ser votado a qualquer momento na Comissão de Direitos Humanos (CDH) da mesma Casa.

O golpe foi dado pela relatora senadora Fátima Cleide (PT/RO) na sessão do dia 10 de novembro. Estava prevista a realização de uma audiência pública sobre a matéria. Por isso, ninguém esperava que a votação pudesse ocorrer imediatamente.

No entanto, naquele dia a senadora apresentou o requerimento nº 96, de 2009 (item 61 — extrapauta) solicitando a dispensa da audiência pública. O requerimento foi aprovado. Imediatamente, o projeto (PLC 122/2006) foi posto em votação (item 62) e aprovado.
Não é de se estranhar a manobra feita para aprovar uma das principais bandeiras do PT e um dos principais itens do programa de governo do presidente Lula: tornar criminosos os "homofóbicos" (opositores do homossexualismo).

O que é estranho é que a manobra tenha sido acolhida sem protestos por nenhum dos membros da CAS. Os protestos só vieram no dia seguinte em reunião do plenário.

Para facilitar a aprovação do projeto, a senadora Fátima Cleide propôs um substitutivo, no qual trocou o seis pela meia dúzia. Para disfarçar o essencial objetivo da proposta, que é exaltar o vício contra a natureza e punir penalmente seus opositores, a relatora acrescentou a "condição de pessoa idosa ou deficiente" entre as vítimas do "preconceito".

Se esse projeto de lei aprovado — que Deus não o permita! — o presidente o sancionará imediatamente. Começará uma época de perseguição e violência aos valores familiares e religiosos como nunca se presenciou no país. Os sacerdotes, catequistas, reitores de seminários, diretores de escolas religiosas, pais e mães de família, enfim qualquer pessoa de bom senso que não se conforme em tratar com naturalidade aquilo que é antinatural será convertido em criminoso. As sanções pecuniárias serão destinadas a financiar "campanhas educativas" (sic) contra a "discriminação".

É de se notar que a lei trata a oposição ao homossexualismo não só como crime, mas como uma falta de "educação". Educar, segundo a lei, significa constranger a população a aceitar passivamente a subversão da ordem natural.

A história não pára aí. O projeto, já aprovado na CAS, foi agora enviado à CDH (Comissão de Direitos Humanos).

Adivinhe quem o presidente da CDH, Senador Cristóvão Buarque, escolheu como relator da matéria.
Acertou: a própria senadora Fátima Cleide (PT/RO)! Obviamente o seu relatório será o mesmo que o que foi aprovado na CAS.

O PLC 122/2006 pode ser posto em votação e aprovado na CDH a qualquer momento, da mesma forma como foi votado e aprovado na CAS!
O que você pode fazer?

* Telefonar gratuitamente para o Alô Senado (0800 612211) e enviar uma mensagem aos membros da Comissão de Direitos Humanos para que votem pela rejeição total do PLC 122/2006.

* Participar da enquete em http://www.senado.gov.br/agencia/default.aspx?mob=0 e responder NÃO à pergunta: "Você é a favor da aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que pune a discriminação contra homossexuais?"

* Enviar uma mensagem para os membros da Comissão de Direitos Humanos (CDH) em http://www.senado.gov.br/sf/senado/centralderelacionamento/sepop/?page=alo_sugestoes&area=alosenado. Por exemplo:

"Solicito aos senadores membros da CDH que votem pela rejeição total do PLC 122/2006, que glorifica o homossexualismo e instaura a perseguição religiosa no país".

NOTA DE JULIO SEVERO: De acordo com informação que acabo de receber, o PLC 122/2006 já está na pauta oficial de votação da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado para esta quarta-feira (18/11) às 10h. Portanto, você precisa se mobilizar urgentemente!

sábado, 7 de novembro de 2009

Sobre a sabedoria

(Edney Paulo Gonçalves)

Vossa sabedoria é o fruto de toda sua vida física convertida em fatos e influências da sua imaginação para que seu corpo possa se adaptar aos obstáculos que a vida o impõe.

Não usarás sua sabedoria para medir quem é o maior dos humanos. Usarás para que todos cresçam. E não expressarás até que sua última gota de informação vaze em suas palavras.

Estarás apto a receber o que os outros humanos tem a oferecer para que vosso destino seja um caminho menos dificil do que foi o de quem o informou.

Estarás também apto ao direito de seguir os proprios caminhos. Mesmo que haja quem o diga que não é o correto. Pois quem se destaca etre os homens é quem não tem medo de confiar em si mesmo.

Terás o direito de chamar de sábio aquele que compartilha e espera que o questione. Terás o direito de considerar tolo o que considera sua tese como indubtável. A esse, só a piedade do Ser superior da religião que o dito cujo pertence que poderá abraçar e demonstrar certa compreensão.

Cuidarás para que seus sentidos nunca evitem a informação. Pois esse é o alimento da vossa exigente e insaciável sabedoria. A informação é um prato variado e feito de diversas formas. Deverás estar apto para degustar todos eles. O sofisticado paladar de vossa sabedoria saberá apontar qual será o alimento mais saudável para a vossa forma de viver.

Saber significa não ter medo de ensinar. Nunca deixará que um sedento pelo alimento da vossa sabedoria morra na ilusão da fome do saber. Pois ao mesmo tempo que toda informação é um alimento pelo qual vossa sabedoria é insaciável, ela torna-se também apta a compartilhar, e, entre os mais belo dos paradoxos, a partilha dessa informação também completa vosso banquete.

Sairás para o mundo, mostrará que és um humano, que tem como meio de defesa na natureza vossa consciência, ensinarás aos que pedem e também aos que não pedem, sempre estando ciente que vosso conhecimento não é a verdade que paira sobre todas as formas do Universo. E que não é preciso muita noção de tempo para saber que tudo que é agora considerado verdade, pode pela energia abstrata que rege em todos os fatores fisico-quimicos de nossa vida pode se alterar, ou até mesmo não mais ser.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O que é perfeito para você?

Eu te convenceria ao dizer que somos perfeitos?
Porém mesmo se todas as vozes criadas pela sociedade insistirem em abafar meu canto, eu persistirei em dizer: SOMOS PERFEITOS.

Porém, a dificuldade de mostar às pessoas que somos perfeitos é relativa à dificuldade de também agradar a todos.Assim que a humanidade descobrir que nem sempre o perfeito é aquilo que o agrada, poderemos então todos dizer que somos perfeitos sem que ninguem nos diga que somos loucos.

Eu insisto em tentar saber o que é um louco, pois não consigo ainda achar um ponto negativo em poder ser considerado louco pela sociedade.Uma sociedade que está tão acostumada ao sedentarismo, ao receber sempre a informação pronta, já nem sabe distiguir o que é comentário e o que é informação.Creio que a sociedade vem mostrando mais falhas do que o conceito primitivo que essa mesma tem sobre a expressão "ser louco".

E será que ninguem nos dias de hoje sonha em ser assim? Pois vejo muitos buscarem um novo eu em meios artificiais e que destroem brutalmente o corpo.

Será que podemos encontrar a doidura, aloucura, ou como os "sociais" dizem: o ânimo, em garrafas, pacotes, ou no bolso das pessoas?

Não. As pessoas estão se acostumando tão fácil com as novidades que já não mais olham com olhos de respeito aos que realmente sabem e querem um bem melhor para todos.

Escrever, ler, ver, escutar, falar coisas bonitas. Nem todos fazem isso. É muito difícil. Mas já se acostumaram tanto em ver, ouvir, achar bonito. Querem isso. "E que alguem dê um jeito de fazer o que eu to lendo, porque eu concordo com esse autor".

MAs cade aquela parte em que quem as palavras servem à todos? Será que as ações esritas em palavras mais elaboradas merecem só ser aplaudidas, e que quem não está ocupado aplaudindo que deve fazer? é bom pensar sobre isso.

Voltando à minha idéia de que somos perfeitos, continuo sim achando que todos somos perfeitos. Porém, assim que as pessoas souberem que os erros tambem fazem parte da perfeição, e que quando se aponta um erro o objetivo não é rebaixar quem o tem, mas sim fazer cmom que juntos encontremos a solução para o mesmo, aí sim não mais será complexo dizer que somos todos perfeitos.


(Edney Paulo Gonçalves)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Pensamento do dia: A Tempestade

O Pássaro e o homem tem essências diferentes.

O homem vive à sombra de leis e tradições por ele inventadas;

o pássaro vive segundo a lei universal que faz girar os mundos.

Acreditar é uma coisa; viver conforme o que se acredita é outra.

Muitos falam como o mar, mas vivem como os pântanos.

Muitos levantam a cabeça acima dos montes;

mas sua alma jaz nas trevas das cavernas.

A civilização é uma arvore idosa e carcomida,

cujas flores são a cobiça e o engano e cujas frutas

são a infelicidade e o desassossego.

Deus criou os corpos para serem os templos das almas.

Devemos cuidar desses templos para que sejam

dignos da divindade que neles mora.

Procurei a solidão para fugir dos homens, de suas leis,

de suas tradições e de seu barulho.

Os endinheirados pensam que o sol e a lua e as estrelas se levantam

dos seus cofres e se deitam nos seus bolsos.

Os políticos enchem os olhos dos povos com poeira

dourada e seus ouvidos com falsas promessas.

Os sacerdotes aconselham os outros,

mas não aconselham a si mesmos,

e exigem dos outros o que não exigem de si mesmos.

Vã é a civilização. E tudo o que está nela é vão.

As descobertas e invenções nada são senão brinquedos

com a mente se diverte no seu tédio.

Cortar as distâncias, nivelar as montanhas,

vencer os mares, tudo isso não passa de

aparências enganadoras, que não alimentam o

coração e nem elevam a alma.

Quanto a esses quebra-cabeças, chamados ciências e artes,

nada são senão cadeias douradas com os quais o homem

se acorrenta, deslumbrados com seu brilho e tilintar.

São os fios da tela que o homem tece desde o inicio

do tempo sem saber que, quando terminar sua obra,

terá construído a prisão dentro da qual ficará preso.

Uma coisa só merece nosso amor e nossa dedicação, uma coisa só...

É o despertar de algo no fundo dos fundos da alma.

Quem o sente não o pode expressar em palavras.

E quem não o sente, não poderá nunca conhecê-lo através de palavras.

Faço votos para que aprendas a amar as tempestades em vez de fugir delas.